sexta-feira, 9 de maio de 2014

Gilmar Mendes deveria despir a toga e disputar eleição- por Bob Fernandes (Terra Magazine)

     O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, diz que o país vive "um apagão de gestão". E que "é preciso atenção devida" aos escândalos na Petrobras.

     A Petrobras será alvo de CPI, vem sendo investigada pela Polícia Federal, Tribunal de Contas, Controladoria Geral da União e Ministério Público. E está todos os dias nas manchetes, sob atenção total da Mídia.

     Mais atenção, quase impossível. Atenção talvez seja preciso em relação a Gilmar Mendes, suas ações, história e motivos.

     O ministro é inteligente e sabe o que é fazer política. No Palácio, como jurista, ele serviu aos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso.

     Que atitude… o que disse Gilmar Mendes quanto à compra de votos para aprovação da emenda da reeleição sob a presidência de Fernando Henrique? 

     Da mesma forma em relação às fitas do BNDES e a privatização do Sistema Telebrás, que não foram objeto de qualquer CPI. Nem à época e nem depois.

     Gilmar concedeu dois habeas corpus a Daniel Dantas na "Operação Satiagraha", em julho de 2008. É seu direito e parte da sua função.

     Não é sua função "chamar às falas" um presidente da República, como anunciou ter feito naquele 2008.

     O ministro foi ao presidente Lula cobrar escuta telefônica que teria sido feita contra ele pela ABIN.

     A história era ridícula. "Escândalo" com um grampo telefônico que ninguém ouviu. 

     Grampo de ficção, que deixava bem na conversa Gilmar e seu parceiro naquela história, o ex-senador Demóstenes Torres.

     Aquele que foi esteio moral do DEM antes de ser cassado na esteira do caso Cachoeira & Delta. 

     No chamado "mensalão do PT", Gilmar Mendes, ministro do Supremo, prejulgou. Deu o veredicto, de "quadrilha", antes do julgamento começar.

     No caso Daniel Dantas, Gilmar protestou contra o "Estado policial", simbolizado pelos grampos da PF.

     Grampos estão sendo vazados no caso Petrobras. E o que se ouve do mesmo ministro?… Silêncio no Tribunal. 

     O ministro faria bem ao Supremo e ao país se atendesse à sua verdadeira vocação. 

     Como outros no Supremo Tribunal, Gilmar Mendes deveria despir a toga e ir às urnas, disputar uma eleição, um mandato.

Um comentário: