segunda-feira, 5 de julho de 2010

Educação em pânico

Abro um parêntese para escrever sobre o “Pânico na TV” de ontem.

O programa apresentou populares xingando o ex-técnico da seleção brasileira, Dunga, e sua mãe, de todos os nomes possíveis.

Bem, é uma pena que o programa se utilize deste tipo de postura, absolutamente lamentável. Pode-se falar: “ah, é o povo expressando sua voz”, “é o que a população pensa”, e outras leviandades similares. A questão, é que antes da última partida, mais de 60% da população apoiava o técnico conforme pesquisa realizada. E, mesmo que este percentual tenha mudado, há os que – apesar de discordar dele em alguns pontos – ainda o apóiam. Além do mais, ao citarem só aqueles xingamentos todos, parece que é “a voz do povo” falando. Porém, ¿fizeram algum levantamento estatístico para verificar se realmente a população inteira o detrata desta forma? ¿Ou selecionaram justamente os mais escatológicos para aparecerem na TV?

Dunga errou em alguns pontos e acertou em vários outros. Normal, ele é falível, como qualquer pessoa.

Porém, demonizá-lo não é uma estratégia correta, e xingá-lo abjetamente é desrespeitoso, arbitrário e injusto.

Especialmente por aquele que, pelo menos dos capitães da seleção brasileira que eu vi, foi – de longe – o melhor, mais raçudo, que mais coordenava o time, que se impunha dentro de campo, colocava os árbitros no seu devido lugar, era, enfim, um capitão, na plena acepção da palavra.

Além disso, como técnico, foi o primeiro colocado nas eliminatórias, conquistou a copa América e a Copa das Confederações. Se por um lado podemos elogiar uma serie de posturas que ele tomou, sua seriedade e comprometimento, por outro lado, podemos criticar o fato dele não ter levado Ronaldinho Gaúcho, Ganso e Neymar. Porém, daí destratá-lo desta maneira é absolutamente injustificável.

Foi lamentável o programa ter apelado a este tipo de baixaria e deixo aqui meu singelo protesto.

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